Tuesday, October 24, 2006



ESC6_Weber2
Relatos de Situações vividas na escola
Há muito tempo atrás eu trabalhava numa escola onde havia muita disputa pelo cargo de direção, com muitas intrigas e brigas. Depois de eleita era muito comum que a nova diretora se acomodasse, esquecendo-se que era uma representante das colegas. Não cumpria horário, delegava tarefas ao invés de fazê-las, mas exigia que todos cumprissem rigorosamente suas tarefas.
Penso que este é um típico caso de Dominação Legal, onde as pessoas são eleitas através de regras claras, onde o poder é exercido segundo a hierarquia de cargos, mas onde os dominantes têm facilidade de tornarem as regras maleáveis à sua vontade e conveniência.
Atualmente trabalho numa escola muito democrática. Nestes 14 anos que trabalho lá a Direção sempre é reeleita, pois é eficiente, humana e colaboradora, tendo sido eleita com 97% dos votos nesta última eleição, com chapa única. Esta direção sempre consulta as professoras e aceita sugestões, procurando contornar as dificuldades com soluções que não prejudiquem ninguém.
Mesmo assim, quando há um empasse, existem critérios bem claros, como a antigüidade, que ajudam a resolver o problema sem criar atritos. Com clareza de ações fica difícil o abuso de poder e as pessoas não se sentem injustiçadas. Penso que neste caso há uma fusão de dominação legal com dominação carismática, pois a pessoa conquista seu direito de mandar por suas características pessoais, amparada na lei.
Dentro de nossa sala de aula também é necessário estabelecermos uma relação de poder e hierarquia para que tenhamos domínio da turma, estabelecendo regras ( geralmente construídas pela turma ) e limites, sem sermos ditadores algozes. Quero dizer que podemos ter democracia, incentivar a participação e desenvolver o senso crítico dos alunos mas precisamos manter a ordem e o respeito, fatores necessários para um convívio sadio, concentração e comprometimento dos alunos.
Identifico a escolha do monitor da turma como um processo de Dominação Carismática, pois ele é escolhido por suas características pessoais e sua capacidade de conquistar a simpatia dos colegas, que vêem nele um líder natural.
Enfim, em todos os momentos da nossa vida existem os dominadores e os dominados. É preciso estarmos atentos para não nos tornarmos ditadores implacáveis ou servos passivos e procurarmos sempre o equilíbrio entre os relacionamentos.

7 Comments:

Blogger Suzana Gutierrez said...

Interessante a tua comparação entre a 'clareza da lei' e a 'maleabilidade da lei'. Bom assunto lá para o forum.

abraço,
Suzana

12:45 PM  
Blogger Catiane Vargas said...

Olá colega!
Gostei muito das suas colocações, pois realmente vivenciamos os três tipos de dominações citados por Weber em nosso dia a dia.
Um abraço!

5:33 PM  
Blogger susana said...

Olá, colega Leila!Sou Susana Regina, do Pólo de Sapiranga. Ao ler o teu texto, achei-o muito interessante e concordo que não devemos nos tornar ditadores e nem servos passivos, devemos encontrar o meio termo da questão, para que os relacionamentos se tornem equilibrados e aceitáveis.
Venha conhecer o meu blog! Um abraço!

12:14 PM  
Blogger berna said...

Leila! Sou Maria Bernadete do pólo Sapiranga.Na escola onde trabalho também há os três tipos de dominação. Achei o teu texto ótimo. É um hiper texto....abraços Maria Bernadete

2:17 PM  
Blogger Isabel Cristina said...

Realmente, gostei bastante do teu texto,que bom que na tua escola as coisas funcionem assim e que a diretora seja tão democrática.
Um grando abraço. Isabel Kaufmann - Pólo de Sapiranga.

3:43 PM  
Blogger Edilaine said...

Que bom saber que há equilibrio entre dirigir uma escola e fazer uso da democracia. Decidir em conjunto é um sonho que deveria se concretizar em todas as escolas.
Beijinhos ...

2:41 PM  
Blogger Prof. Mara Núbia Bilhalva Braum said...

Oi Leila

Estou aqui para visitar teu blog pela segunda vez já que somos colegas de grupo da atividade 8 de ECS.

Teu blog é muito interessante e adorei este texto. também penso que é preciso haver uma autoridade para que não vire anarquia, mas com respeito e justiça nas decisões.

Um grande abraço

Mara Braum

5:37 PM  

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